E começa a palhaçada nacional

31/08/2012 01:38

 

E começa a palhaçada nacional
 
   Sim, começou o horário (nada) político e, com ele, começa também a piada. É, uma piada sem graça, prefiro a da loira ou a do português mas... e nem estou entrando no mérito de promessas que não serão cumpridas, da cara de pau de políticos corruptos que não largam o osso e estão aí novamente ou da incoerência notável de discurso. Falo aqui de algo que me chamou a atenção nessas duas semanas de Programa Eleitoral: As caricaturas estão em alta.
   Estava no estado de Minas Gerais, quando o Horário Eleitoral começou. E logo notei a quantidade de candidatos em que o nome termina com “im”. Tá, ok, mineiro fala assim mesmo “leitim”, “gadim”, “queijim”, sem ofensas, é a realidade. Mas, na política, são diversos Waltim, Cadim, Pedrim, Manézim. O mais legal é quando vem acompanhado da profissão: Waltim da Padaria, Cadim Funileiro, Manezim do cartório. 
   Falando em acompanhar a profissão, estava no salão fazendo minha unha e a manicure comenta com a cabelereira:
   - Você viu que a Tia do Doce é candidata à vereadora?
   -Não acredito!A Tia do Doce! Aquela que te oferece doce na rua e se você não compra ela diz “hoje  não deu, mas amanhã vai dar”?
   -Sim, e advinha o que ela fala no Horário Eleitoral? “Vote em mim, agora vai dar”.
   Não acreditando muito no que ouvia, liguei a TV e o que vejo? Vote na Tia do Doce! Impressionante o nível da palavra apelido, a Tia do Doce não tem nome, é simplesmente a Tia do Doce. Mas não foi só isso, tinha a Maria Chiquinha que aparecia fantasiada de festa junina com as bochechas pintadas de rosa e pintinhas feitas com lápis de olho, que minha mãe morreria se visse (ela caprichava tanto ao me caracterizar nas festas da escola e a tal Maria Chiquinha toda torta). E o mendigo da ponte. Pois é, leitor, Mendigo da Ponte pra vereador de uma cidade de Minas.
   Mas não é só em Minas que acontecem aberrações políticas. Em São Paulo já vi a Mulher Pera, candidata. KLB, Serginho do BBB. Esse último faz até um coração com a mão no final do seu discurso. Gente, vamos lá, seriedade! Tá, concordo que a política no Brasil virou chacota, mas não precisa escancarar. Acho que a culpa é do Tiririca. Ele que começou tudo isso. E dizem que foram votos de protesto. Ok, meu povo, tá protestado, agora chega, né? Não precisa virar moda.
   E eu pergunto, se a Mulher Pera vira vereadora, por onde ela começa? Sim, ela chega na câmara e faz o que? Pra começar, será que ela vai com aquelas roupas de funkeira trabalhar? Vou mais fundo, será que ela sabe o que é se vestir com roupas? Claro, porque ela veste tops e biquínis até mesmo durante o programa da campanha. 
   Aí fazem uma reunião na câmara para discutir assuntos relacionados ao bem-estar da população (essa que elegeu os caricatos), e na reunião estão Serginho, Mulher Pera e KLB (que pra mim não se distinguem, não sei qual deles é o candidato, igual quando perguntam de quem são filhos Sandy e Jr? Claro, do Chitãozinho e Xororó).  Imagina a Mulher Pera levantando a mão na reunião  da câmara “Dxô falá”. Medo de saber o que ela vai falar.
   Para prefeito também tem de tudo. Mas são candidatos mais contidos. Prometem fura-fila, trem-bala, emprego perto de casa, outro já era professor aos 15 anos. Tem ideias que sabemos que são quase impossíveis, mas não deixam de ser boas ideias. Estou gostando dos novos, das carinhas não conhecidas, isso sim pode ser um voto de protesto. Por que não tentar? Voto é uma arma. É uma granada prestes a estourar. Numa guerra, qualquer movimento errado com a granada, coloca-se a sua própria vida em risco. O voto é isso, tudo ou nada. E depois, não adianta reclamar. 
 
Luciana Garcia