O Golpe do Clube do Teatro Brasil 

   Mês passado (Julho), num desses dias corridos, fui abordada por um rapaz do Clube do Teatro Brasil em frente ao metrô Trianon Masp me oferecendo uma oferta "ótima" de programações culturais, como teatros, cinemas, parques de diversões e até restaurantes e casas noturnas. Ok. Parei para escutá-lo. 
   O rapaz, Nelson, dizia que o tal clube era autorizado pela prefeitura de 
São Paulo para ficar ali nas ruas oferecendo as tais ofertas aos transeuntes paulistanos. Segundo ele, tratava-se de uma revista a qual o foco principal consistia em descontos para peças teatrais (inclusive, havia muitas gratuitas). E eu, como apreciadora de cultura, fiquei interessada.
   Segundo ele, eu teria acesso a 36 peças por mês pagando uma taxa de "apenas" R$ 10,00 pela inscrição + R$ 39,90 pelas revistas dos meses de Julho e Agosto. O novo boleto só seria enviado no mês de Setembro e caso eu não quisesse mais o serviço, bastaria mandar um e-mail para a central deles "cancelando" o pedido.
   Até aí, tudo ok... ou quase. Preenchi meus dados, paguei os R$ 49,90, assinei, recebi uma carteirinha de papel provisória e já estava pronta para utilizar todos os descontos para os teatros. Após pagá-lo, o rapaz disse para eu ler o contrato de assinatura ANUAL! ANUAL???? Como assim? Em nenhum momento foi dito que era uma assinatura anual do Clube do Teatro Brasil. 
   Depois de ser levada a fazer a assinatura, li o contrato contido na revista dos cupons. Levei um susto ao ler que as revistas e os boletos seriam enviados mensalmente para minha casa e não como o rapaz havia dito. Como não tinha o que fazer no momento, deixei por isso mesmo. 
Meu objetivo era usufruir o máximo possível dos cupons e continuar com a assinatura até Agosto. E assim o fiz: fui ao teatro assistir a seis peças e fiqui na espera de receber a revista deste mês (Agosto). No contrato dizia que ela chegaria até o 10º dia do mês. Até então não havia recebido nada.
   E começam os problemas... Mandei um e-mail, ou pelo menos tentei, para o Clube solicitando a 2ª via da programação que, segundo o contrato, seria reenviada sem nenhum custo adicional. Para a minha surpresa, o e-mail está inativo e minha mensagem não foi enviada.
   Começam as desconfianças... Procurei pelo site deles no Google. Desativado. Liguei para a Central de Atendimento. Indisponível. Digitei "Clube do Teatro Brasil" no campo de pesquisas e as palavras que mais apareceram na busca foram "reclamações", "golpe", "procon". Fiquei assutada.
Li os relatos de algumas pessoas na mesma situação. A maioria foi abordada na Av. Paulista, os "agentes autônomos" tampouco falaram que tratava-se de um contrato anual e grande parte teve dificuldades na hora do cancelamento, pois era necessário o pagamento dos boletos atrasados que nunca foram recebidos pelas pessoas.
   Resolvi, então, ir à sede do Clube do Teatro Brasil para fazer o cancelamento da assinatura pessoalmente. Preparei um protocolo para que fosse assinado por eles, assegurando o meu desligamento com eles. 
   Cheguei lá e fui recebida por um senhor que falou pra mim num tom grosseiro "Pode ir ali", e apontou para a sala de recepção. 
   Minhas impressões do lugar: escritório mal conservado, pequeno, sujo, largado. Não diria que ali é um lugar digno para administrar um clube de associados ao teatro.
   Demorei para ser atendida devido ao ânimo dos funcionários (contei três). Expliquei toda a situação pela qual estava passando, fiz reclamações de que o e-mail deles não estava funcionando e que ninguém atendia meus telefonemas. Além do atraso do recebimento da revista e da propaganda enganosa.
   Falei, falei, falei. E sabe o que eu ouvi do funcionário? Nenhuma palavra, nenhuma explicação, NADA! O único que saiu da boca dele foi pra confirmar meu nome. Entreguei o protocolo, eles assinaram e fui embora revoltada.
   Ou seja, o Clube do Teatro Brasil é tudo picaretagem, golpe, roubo, ou qualquer outro sinônimo    plausível.
   Uma sugestão para o slogan desse clube: Clube do Teatro Brasil, o dinheiro que você economiza nos teatros utiliza no pagamento dos boletos atrasados nunca recebidos.
 
Karina Vargas