A boca da verdade

10/12/2011 06:42

 

Estava eu pensando cá com meus botões, e se tivéssemos uma segunda boca? isso.....duas bocas. Uma com filtro e outra não. Aquele filtro entre a cabeça e a boca. A boca que temos hoje tem o filtro. Teríamos uma boca sem ele. Essa falaria toda a verdade. Tudo o que a cabeça pensa, a boca falaria. Sem dó nem piedade.

Ah como seria legal. E onde ficaria essa boca? Não sei. Talvez na testa ou na nuca, pra ficar bem perto do cérebro. Só sei que ela não pararia um minuto de falar. Seu chefe lhe trata mal? A boca normal falaria: “Sim senhor, farei agora mesmo o que o senhor me pediu”. A segunda boca falaria: ”ah não me enche o saco, não vê que eu estou fuçando em um site de compras coletivas pra ver se acho um pacote sensacional de massagem contra celulite, vê se não atormenta”.

Imaginem essa boca em um sorteio de amigo secreto! Substituiríamos frases feitas como “O meu amigo secreto é legal, super na dele, alto, magro e bem básico” por  “A pessoa que tirei não cheira nem fede. É tão sem graça que eu nem tinha ideia do que comprar. Então comprei um livro de autoajuda, bem neutro, daqueles que dá pra ler em 1 hora. Até porque, se eu pegasse algo mais complexo ou maior que o que comprei, talvez ele não entendesse. Fiquei em dúvida entre o livro e um saco de chuchu, outra coisa que combinaria muito com ele. Mas como o saco de chuchu não atingiria o valor estipulado para o presente, comprei o livro. Quem advinha quem é meu amigo secreto?”

Ou então, como seria a nova boca em ação quando a sogra pergunta se a lasanha dela está boa: “Olha...já comi melhores. Aliás, a minha é melhor. Mas como prefiro vir aqui do que cozinhar e lavar louça depois, essa gororoba aqui até que dá pro gasto. Até porque tenho que vir mesmo, pelo menos filo um almoço”.

Ah, eu usaria tanto essa segunda boca. Para falar de religião, música, time de futebol, para xingar barbeiros no trânsito, para falar de forma sutil para não se meterem na minha vida, nas minhas escolhas.

Acho que seria legal usar a segunda boca até para pessoas mal vestidas. “Estou bem ?” “Não, não está. Essa saia vermelha é breguérrima e não combina nem um pouco com a blusa amarela. Aliás, posso até arriscar a dizer que você pode ser confundida com o Ronald Mac Donald na rua com seu modelito. Aliás, olhar para essa roupa vermelha e amarela me deu uma fome!”

Bom, enquanto não temos a boca da verdade, temos mesmo que nos controlar e pensar antes de falar. Droga, a brincadeira da verdade estava tão legal!!!

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