Você acredita em bissexualidade?

30/09/2011 11:07

 


Você acredita em bissexualidade? 

 

- Ah, que saudade que tenho das quartas-feiras. Quando eu ia assistir os jogos do brasileirão na casa dele. Ele sempre todo carinhoso e a gente discutia sobre os jogos. Eu Palmeirense, ele São Paulino. Mas era uma disputa divertida. E acabávamos sempre a noite “muito bem”. Pena que eu nunca podia dormir lá. Eu namorava.

-Caramba, mas seu namorado nunca desconfiou? Você sumir todas as quartas?

- Não era namorado, era namorada. Ela não desconfiava não. Nem imaginava que eu tinha interesse por homens. E depois eu falava sobre o jogo pra ela, então, certeza que estaria num boteco com homens assistindo os jogos.

"Sou contra essa postura de levantar bandeiras para defender o homossexualismo, pois fica parecendo que ser gay é uma doença" – Ana Carolina – Revista Veja (Dez/2005)

Escolhi os trechos acima, pois eles abordam as 3 únicas questões que eu gostaria de escrever sobre casais do mesmo sexo: a bissexualidade, a necessidade ou não de se assumir e a necessidade ou não de levantar bandeiras.

Nos últimos dias, muito eu tenho ouvido sobre o assunto “bissexualidade”. Um debate sobre sua existência ou não. Então, dentre os 3 começarei sobre esse tema. Deixando os outros dois para as semanas seguintes.

Eu não tenho opinião formada. E você me pergunta “vai escrever sobre um tema do qual você ainda não tem opinião?”. Eu respondo que sim, eu vou. Eu não tenho opinião e muito menos quero ser a dona da verdade. Mas para escrever, pesquisei casos, então o que tenho são alguns fatos. Aí, caro leitor, depois desse texto você poderá ter formado sua própria opinião ou aceitar as duas como verdades.

O texto acima é parte de um diálogo numa mesa de bar. A menina, que eu não conhecia até então, chegou apresentada como a nova ficante de um amigo. E, abertamente, começou o papo na mesa. Eu, curiosa, fiz várias perguntas. Sim, ela tem dificuldades em se relacionar. Segundo ela, estar com um homem significa abrir mão de estar com alguma mulher e isso para ela faz falta. Envolvi-me no drama da moça pensando “deve ser ruim, pois nunca estará completa”. Se escolher quem namorar entre dois homens já é muito complicado porque pesa-se tudo, imagina entre duas pessoas completamente diferentes por serem de sexos diferentes. Uma tortura!!! E ela confirmou essa sensação. Sem entrar na intimidade da pessoa, afinal não era esse o meu objetivo, confirmei o que imaginei durante a conversa. Não é um vale tudo por prazer. É sentimento. Confessou-me que gosta de homens masculinos, altos e fortes e gosta de mulheres delicadas e com cintura fina.

Em um outro dia, também recente, conversando com uma amiga das antigas, eis que ouço “Lu, estou namorando uma mulher”. Se me espantei? Claro! Ela já havia sido casada 3 vezes com homens, sempre foi muito feminina, tem 3 filhas e pegava todos os ninfetos nas baladas, linda e cheia de homens no pé dela, imagina se ela precisava de... Para, para, para. Acho que me espantei talvez por uma falta de conhecimento. Depois da conversa com ela, percebi que as coisas não funcionam com essa objetividade, racionalidade e dureza de coração.

Com homens acontece da mesma forma? Tenho um amigo que se intitula Bissexual e, claro, que fui conversar com ele. Numa balada, ele jura ficar com um homem e, na mesma intensidade de interesse (se é que vocês me entendem), com uma mulher.

Ouvi a opinião de um psicólogo que me disse “se a pessoa gosta do mesmo sexo, é homossexual. Se ela se diz bi e fica com os dois é porque ainda não teve coragem de se assumir para ela mesma e para os outros”. Ele defende que, amarradas ao costumeiro, a pessoa passa a vida se relacionando com o sexo oposto. Até tentar o contrário e, nesse período de transição, ela se relaciona tanto com homens como mulheres. Mas que um dia ela vai ter coragem de assumir do que gosta e se desligará do seu lado hetero.

Ouvi um “ex-bi”, que confirmou isso. Ele disse que ficava com meninas apenas para seguir o convencional, por inércia. Mas ele não se forçava não sentia falta de nada, pois não havia experimentado. Foi indo, foi levando, naturalmente. Um dia teve uma experiência homossexual e ficou 2 anos com as duas opções até dizer “gosto mais de homens mesmo”. A primeira namorada que enlouqueceu. Namoraram 7 anos. Sentiu-se usada, como se ele tivesse feito isso pra mostrar algo para a sociedade. Ele jura que não.

Um outro psicólogo jura que todos nós somos bissexuais. Polêmico? Imagina...Mas ele diz com precisão que, o ser humano tem, biologicamente e anatomicamente falando, condições sim de gostar de relações com os dois sexos.

Observem, são todas opiniões e fatos embasados, como duvidar de algum deles? O importante de tudo isso é o respeito e a felicidade. Temos que respeitar os gostos. E a felicidade. Pessoas felizes não são negativas, não têm tempo pra maldade, não querem o mal dos outros e não sentem inveja. São simplesmente felizes. Então, eu apoio a felicidade, sem me prender a teorias do que existe ou não em relação a esse tema.

("Sou bissexual", disse ela. "Acho natural gostar de homens e mulheres." O que chama atenção é que ela trata do assunto com leveza) – Trecho da entrevista da cantora Ana Carolina para a Revista Veja em 2005.

 

Luciana Garcia

Diga o que você pensa sobre "Você acredita em bissexualidade?":

Bissexualidade existe, sentimento tambem, valor muito mais.

Rafa Sunny | 30/09/2011

Eu acho que o que decide mesmo é o sentimento, tesão todo mundo tem, mas sentimentos que define o que você é. Homossexualidade existiu em toda a história da humanidade e tambem em outras espécies, não sei o por que a bissexualidade é tão escondida e temida, até parece que é um assunto novo, sendo que não é. As pessoas tem medo de falar, até parece que pelo fato de falar já é uma denuncia. Parece realmente que falamos sobre alguma doença séria quando tocamos no assunto. Eu não tenho preconceito nenhum, tenho muito amigo e amiga que são bis, muitos que não são tambem. Eu só penso uma coisa, não importa o que você é, o que importa é o seu sentimento, o que te faz feliz e o valor que você dá para si mesmo. Não é porque você é hétero que vai beijar todas na balada, não é porque você é gay que vai beijar todos na balada e tambem não é porque você é bi que vai beijar todo mundo na balada. Valor e respeito é uma coisa, opção sexual é outra. Enfim, acho q dei uma brisada, concluindo, eu penso que o sentimento que defini o que você é e nem sempre é o que você escolhe ser.

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