Arte obrigatória: suja a cidade que eu reciclo

Arte obrigatória: suja a cidade que eu reciclo
Arte obrigatória: suja a cidade que eu reciclo
 
   Exato dia entre o Cavalete Parade e o primeiro turno das eleições para prefeito e vereador e ainda não escolhi o destino do meu voto. Pra falar a verdade, é nojento ser obrigada a votar diante de opções tão estúpidas, mas pior que isso, é saber que esta cidade será governada por um palhaços que se candidataram. Gostaria de votar só para vereador, naquele que vê também que os animais merecem respeito. Nada do top model descabelado do bairro que determinou que seus cavaletes devem me assustar a cada manhã em que viro a esquina de casa, muito menos no jornaleiro que nos atormenta gritando no dia das crianças por horas a fio e que durante o resto da ano cobra uma mísera impressão p&B R$2,00. Exatamente, dois reais por uma folha impressa. Com pequenos exemplos tão próximos, a escolha fica mais complicada.
   E que invenção é essa de espalhar cavaletes com cara de vagabundo pelas ruas? Não basta o monte de papel jogado na calçada, no jardim de casa, no meio da rua? Papel não incomodava o bastante, precisava ter mais lixo na rua. E ainda por cima "emoldurado" com tábua de estrado.
   Fico feliz por ter participado no último sábado do Cavalete Parade, onde cada pessoa retirou das ruas um cavalete de político, pintou e o expôs na Avenida Paulista. Obras lindas, intrigantes e simples que deixaram um recadinho para os porcalhões de plantão: suja a cidade que eu reciclo.
   A arte sim, deveria ser OBRIGATÓRIA. O voto não.
 
Thais Petranski