O eco da dor

O eco da dor

 

O eco da dor

 

   Em uma rua estreita na Alemanha uma família judia tentava fugir da opressão e do massacre da II guerra mundial. Família essa composta por: Sofia (mãe) Caco (pai) e Judy (filha), já não enxergavam Outra opção senão se entregarem ao campo de concentração, entretanto os pais presavam pela segurança da estimada Judy, menina doce, sonhadora, esperta, dona de uma imaginação única e fértil. Ela passava tardes escrevendo e vivia em um mundo só dela.
   Esse mundo foi destruído no momento em que os nazistas invadiram sua casa, esbofeteando sua mãe e dando coronhadas na nuca de seu pai, os trataram como se fossem bichos acuados, os deixaram sem moral, sem casa e sem o direito de voltarem a ser uma família estável e feliz.
   Aquela foi sem dúvida a pior noite da menina Judy. Seus pais atordoados com a abordagem sofrida pelos nazistas, se sentiram obrigados a escondê-la dentro de um bueiro, onde a menina poderia passar desapercebida. Os cães de Hitler aproximaram-se do casal aflito, soltaram seus dedos nos gatilhos abrindo ao meio os corações de Sofia e Caco, a pobre Judy ouviu os tiros e viu seus pais caírem ainda de mãos dadas, banhando-se em seus próprios sangue.
   As lágrimas brotaram junto com um grito estridente da menina de 11 anos que acabara de perder os pais, os tão idolatrados pais. A revelação de seu esconderijo foi inevitável, uma vez que a dor da perda exclamou em forma de berros, a dor maior que o medo.
   A menina saiu de dentro do bueiro e deitou-se junto aos corpos sem vida de seus pais...

 

Marcelo Luiz