Turbilhão em transe

Turbilhão em transe

 

   Turbilhão em transe 

 
   Estava jogado ao chão, refletia de olhos fechados. Um batalhão de problemas surgiam de todas as partes do seu cérebro. Nem uma solução em vista! porém a sombra do desconhecido se aproximava sorrateiramente, para invadir os pensamentos e tranca-los na escuridão, um mundo desconhecido o esperava. Enquanto  ouvia aquela voz doce que dava belas instruções, ele persistia  a refletir e se preocupar com a rotina do dia seguinte.
 
   Quando de supetão ela chegou! se aproximou e apoderou-se daquele cérebro acumulado. Um longo momento de silêncio, um corpo que antes trazia problemas sem rasão, agora vagava no tal desconhecido. Desta vez o silêncio continuava a assombrar, porém ele estava ciente que aquele desconhecido existia em algum lugar... Um lugar concreto do seu subconsciente. Aquela estranha tranquilidade naquele estranho universo, no interior daquele ser, deu uma trégua. Agora se ouvia ao fundo um som encantador, um piano talvez? ele só ouvia, não sentia  nem uma parte do seu corpo, nem um sentido a mais funcionava, apenas a audição. 
 
   Sem nem um pensamento, era como se os tais problemas estivessem  explodido de sua carregada mente. A escuridão abafou qualquer sentimento, qualquer tormenta desnecessária e reflexões sem fundamentos. E assim sobrou espaço apenas para uma coisa, a melodia das soluções. Agora ele entendia a vida, aquelas notas que voavam  e chegavam aos seus ouvidos o deu a solução. O silêncio acalentou sua mente, logo em seguida a melodia suave o deu a solução. 
 
   Quando a música sessou e a escuridão se foi, ele sentia seu corpo livre... E os problemas? Mas... que problemas? Como essa tal escuridão  poderia traze-lo algum bem? A escuridão cegou sua mente perante os problemas, a luz trouxe a “realidade”. Mas neste caso o que ele mais precisava era de uma pausa da a realidade e sumir na escuridão do seu subconsciente. As vezes é bom se preocupar de mais? A ponto de fritar as veias do cérebro? Em algum momento é viável deixar apenas a escuridão nos guiar? Ou quem sabe apenas escutar uma música? As vezes a solução é mais simples que pensamos, a solução para todas as tormentas estão localizadas em algum lugar destas carcaças que chamamos de corpos. O que você acha? A vida é dos loucos...
 
Marcelo Luiz