A Torre de Babel

07/07/2012 16:36

 

A torre de Babel
 
   Certo, já não é muito segredo pra ninguém, eu viajei e peço desculpas pela minha ausência, mas infelizmente tudo lá foi muito intenso e a cada minuto era uma informação diferente, pessoas diferentes, sensações diferentes. É muito difícil descrever as sensações quando se está em um outro país. 
   Bom, apenas para entenderem o contexto. Fiquei 5 semanas em Londres, delas 4 estudando e uma conhecendo a cidade.
 Depois parti para mais 3 semanas em uma aventura por 4 países: França (Paris, Nice, Cannes, Monaco), Itália (Florence, Veneza, Roma, Pisa), Alemanha (Muniqui e St Goar) e Holanda (Amsterdam). Detalhe, essa era uma excursão de jovens australianos, canadenses, americanos e neo zelandenses, ou seja, foi tudo um banho e um choque cultural. O curso em Londres também me proporcionou conhecer pessoas de diversas nacionalidades como: suíços, russos, japoneses, coreanos e afins (olhos puxados em geral que nunca sei quem é de onde), franceses, uruguaios, argentinos, espanhóis, portugueses, libaneses, turcos, etc. Conclusão, foram dois meses inserida numa verdadeira torre de babel!
   De cada lugar e cada nacionalidade, tirei uma lição, da qual relato agora:
   Em Londres aprendi a ser pontual e também que existem dois tipos de problemas, o meu e o seu. Os londrinos, e a gama de imigrantes que lá vive, são realmente pontuais. Se no painel está escrito que o trem, metro ou bus vai chegar 9h30, ele realmente abrirá as portas na estação às 9h30. É impecável. Os Londrinos não têm esse lance de ajudar (aliás isso é bem típico de brasileiro). O máximo que eles fazem é torcer para que você consiga resolver seu problema, nada mais!
   Na França eu aprendi que o cliente NUNCA tem razão. Sim, ao contrário do que estamos acostumados aqui, na França, o funcionário do estabelecimento é quem tem razão. Eles não dão razão pro cliente jamais. Se o cliente falar inglês então, será odiado. Apostaria até que, quando você fala inglês na França, eles tiram uma foto sua no balcão e levam para um altar amaldiçoado. Francês odeia turista, turista que fala inglês então, é abominado. Tá na França, tem que falar francês. 
   Na Itália eu aprendi que a vida não é tão séria assim. Os italianos realmente sabem viver. Além de conviverem com as paisagens mais lindas que já vi na vida (são esculturas a céu aberto), eles vivem em meio a piadas, gestos engraçados e homens bonitos. Felizes das italianas. Quanto charme. Como se não bastasse tudo isso, ainda tem o gosto por trabalhar pouco, o lindo idioma, as simpáticas pessoas e a melhor comida que já provei. Imagina, massa e pizza da melhor qualidade, todos os dias , sem remorso. É um sonho.
   Na Alemanha eu aprendi que realmente aprendemos por repetição e que cerveja não mata. As canecas de cerveja são maiores que meu braço na Alemanha. São 1,2 litros de pura bebedeira. Detalhe: eles não ficam bêbados e também nunca tomam uma só. Eles cantam uma musiquinha em Alemão para brindar, isso, de 15 em 15 minutos, ou seja, em um happy hour você pode chegar a cantar até 40 vezes o mesmo refrão. 
   Em Amsterdam eu aprendi que droga não mata, principalmente as naturais (Cogumelos e maconha). Se esse tipo de droga matasse, não haveria população em Amsterdam. Mas o que mais me impressionou é que uma cidade tão livre é tão organizada. Você pode fumar maconha, mas não pode traficar. Você pode ser prostituta, mas não pode ter cafetão. E ai de você se desrespeitar as normas. Você pode escolher uma prostituta, mas se gritar algo em português que eles desconfiem que seja pejorativo, tipo, gostosa, você vai tomar um esculacho em público dos milhares que seguranças que perambulam as ruas. Afinal, é uma profissão como qualquer outra, ela paga as contas com isso. Você pode tudo, desde que respeite os outros. 
Com os australianos aprendi que é bom ser alienado. Eles vivem muito “desencanadamente”. Eles só usam havaianas, sim meninas, elas não sabem o que é salto e se admiram em ver em alguém. Comem tudo o que é possível com as mãos e lambem os dedos, os 10, um a um. 
   Com os japoneses aprendi a ter regras e foco é necessário. Aprendi a ouvir também. Brasileiro interrompe quando o outro fala e pensa durante o discurso do colega. Os japoneses não. Eles ouvem, refletem alguns segundos só então respondem.
   Com os suíços aprendi que as misturas são legais. Os suíços são divididos em várias culturas. Tem a parte italiana da suíça, a parte alemã, a parte francesa e por aí vai. E dá uma mistura boa viu!
   Com os russos eu aprendi que novela brasileira faz sucesso no exterior. No momento eles assistem lá a Escrava Isaura. 
Espero que essa minha experiência possa ter trazido diversas curiosidades para você, caro leitor. A partir de agora, retomo as sextas-feiras com minha coluna usual.
 
Luciana Garcia