Uma mentira deliciosa

 

 

   Aquele covarde quebrou comigo! Mas pensando bem, foi até bom. Era final de ano e um novo ano estava vindo, novinho em folha, para eu fazer o que quisesse com ele. Eu tinha uma boa grana na conta corrente, então eu decidi cuidar da minha vida e ao mesmo tempo, me aventurar em algumas loucuras. Aquele maldito me fez ver que eu tinha outro lado, uma coisinha escondida dentro de mim, uma vontade safada. Então eu arrumei minhas malas e viajei para Londres, sempre quis conhecer a cidade, linda, mas gostei mesmo de quando conheci Andrew, ohh my dear! Sabe aquele tipo de rapaz fogoso, quente, cheios das malicias? Pois é, Andrew era assim. O conheci em um bar, eu estava sentada quando ele entrou, bastou um olhar sedutor e direto e pronto, já estávamos na cama fazendo sexo loucamente. Foi fácil. Foi gostoso. Não precisou dizer que amava nem daquela melação toda. Era exatamente o que eu procurava. Prazer. Passou-se uma semana de pura sacanagem e então, Andrew começou a dizer que gostava de mim, que queria algo sério, então eu também disse que gostava dele. Na manhã seguinte eu peguei um vôo para Paris deixando o Lord inglês para trás. Alguns passageiros se incomodaram com minhas risadinhas, mas não tinha problema, no mesmo vôo eu conheci Marc. Aqueles olhos azuis seriam meus de alguma forma. Mais uma vez meus olhares foram matadores, fomos para o banheiro do avião e ficamos “ocupados” por um bom tempo, chegando à Paris fui direto para o quarto de hotel dele. Economizei um bom dinheiro. Aquele francesinho sabia mesmo falar bonito, trazia presentes, almoços caríssimos, mas o bom mesmo, era quando a gente transava em lugar público de noite, algumas pessoas olhavam e isso me dava mais tesão ainda. Até uma vez fomos pegos pelos policiais, ai fizemos sexo na cela. Paris era uma cidade maravilhosa, vários lugares para se esconder. Então Marc resolveu me dar um anel, justo aquele anel de ouro amarelo trançado com ouro branco, eu peguei o anel lógico, e também aluguei um carro e dirigi até Roma. Lógico. Poderia perder um homem, mas não aquele anel. Foi triste pelo olho azul, mas logo encontrei outro, Rigoberto era gerente de um hotel, cabelos negros e olhos azuis, parecia um príncipe. Ele era forte e fogoso, abria os quartos vazios para a nossa pequena diversão, mas teve uma vez e que vez. A suíte imperial estava livre e eu e Rigoberto fomos aproveitar, quando entrei no toalete e me deparei com aquele ofuro imenso, não deu outra, ligamos as torneiras, as bolhas de sabão entraram em ação, a água estava quente, mas ela começou a evaporar quando nós entramos, aquela noite foi boa, quando terminamos, quase não tinha mais água dentro do ofuro. Então comecei a criar um certo fetiche pela água. E foi o que me inspirou para a próxima viagem, Veneza. O que eu estava fazendo acalmava minha raiva, estava apenas cuidado do meu lado de “garota má”. Eu não queria dinheiro, queria sexo. E foi com esta mesma sede ao pote que fui para Veneza. Cidade dos canais. Muita água. Fiquei em um hotel lindo de morrer, mas só tinha velhos naquela cidade! Então eu resolvia por mim mesma, chegando de noite, tirava minha roupa e dava um mergulho naquela água gelada, me escondia de baixo das pontes e fazia o trabalho por si só. Foi loucura, foi, mas foi bom. Segui viagem para o Egito, desta vez com vontade mesmo de calor, lá eu conheci Jamil, guia de turismo, conhecia os desertos em volta da cidade. Logo fomos para um deles em pleno meio dia, com sol a pino. A areia ficou com a marca dos nossos corpos, foi gostoso, um calor de cinqüenta graus faz maravilhas. As pirâmides ao fundo trazia um toque de sensualidade. Jamil, Jamil, que delicia escondida no meio do deserto. Ele fazia meu harem. Jamil me deu um colar de esmeraldas e rubis, isso significava que eu já planejava minha próxima viagem, pensei em ir para o Oriente, mas sejamos sinceras, nenhum daria conta de mim pela genética, então fui para o Canadá, Montreal. Friozinho gostoso, gente jovem e bonita, Kane tinha vinte anos, era alto e forte, em outras palavras, evoluído. Rolou a química, ele estava quase bêbado, foi incrível como ficou sóbrio quando o chamei para meu quarto. Que nada. Transamos no fundo do bar mesmo. Ele me deu o telefone e em três dias já estava batendo na porta do meu quarto no hotel. Fazia tempo que eu não me divertia em uma cama. Até cheguei a pensar que tinha perdido a pratica, mas não, não tinha. Mas naquela noite, com aquele garoto, foi diferente. Estávamos quase na metade do ano e continuava com raiva daquele idiota, que ainda morava em Florianópolis. Não seria possível que eu ainda gostasse dele! Acordei de noite e olhei Kane, carinha de bebê, um fofo. Tão novinho e já fazia maravilhas na cama. Pena que não tinha nada na cabeça. Me arrumei de noite mesmo e sai do Hotel, deixei Kane trancado no quarto, sem nenhuma roupa. Resolvi voltar para o Brasil. Talvez fosse hora de encarar os fatos, aquele canalha havia mentido tantas vezes para mim, seria eu tola em ainda acreditar nas pessoas? Mas sei que seria malevolência fazer-te acreditar em mim. Voltei para minha casa. Encontrei com Roberto e conversamos. Foi estranho confessar que ainda o amava. E meu lado de “garota má” se desfazia quando ele estava por perto. Terminamos o relacionamento de uma vez por todas. Eu o matei com veneno que tinha comprado no Cairo. Ninguém mais me fará voltar a ser uma boa garota. Meu outro lado é tão melhor, mais divertido, mais safado. Agora estou vendo a minha próxima viagem, estou pensando na África, Madagascar. 
 

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